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Cada um no seu quadrado
Confira os campos de estudo da arqueologia, além de algumas das mais importantes descobertas
2/8/2011
- No mar, na terra ou no espaço, há sempre uma equipe de pesquisadores procurando pistas sobre o nosso passado. Eles estudam a riqueza de nossa história em materiais de todos os tipos, como lixo, ossos e vestígios de construções. Conheça algumas das diversas modalidades da Arqueologia:
Bíblica
Seu objetivo inicial era comprovar os relatos da Bíblia por meio de restos materiais. Mas hoje ela estuda os vestígios relacionados à história das religiões judaico-cristãs. A principal região pesquisada é a chamada Terra Santa, no Oriente Médio.
Industrial
Realizados a partir das evidências encontradas em fábricas, manufaturas e meios artesanais, os estudos nessa área analisam as transformações sociais, culturais e econômicas ligadas à produção.
Pré-histórica ou proto-histórica
Envolve os aspectos materiais de populações que não deixaram textos escritos. No caso do Brasil, a pré-história engloba o período anterior à chegada de Cabral.
Histórica
Procura pistas nos objetos de sociedades que deixaram registros escritos. Recentemente, porém, a disciplina vem passando por questionamentos sobre o uso de datas fixas para delimitar o que é história ou pré-história.
Subaquática e náutica
Dedica-se a estudos nas águas: interiores (rios, lagos, represas), marítimas ou oceânicas. Os pesquisadores, que em geral dominam técnicas de mergulho, têm cuidados especiais para conservar os objetos submersos e trazê-los à superfície, quando isso é necessário.
Zooarqueologia
Analisa as interações entre os seres humanos e os animais, inclusive o processo de domesticação e o uso como força motriz ou como alimento. O estudo é feito a partir de ossos, dentes e outros vestígios da fauna.
Do lixo
Procura desvendar o comportamento de uma comunidade estudando seus restos. A investigação é centrada em lixos, lixões e aterros sanitários.
Espacial e de paisagem
Amplamente influenciadas pela geografia, buscam instrumentos para estudar as populações do passado através da paisagem e do meio ambiente. Muitas vezes usam tecnologia avançada, como imagens produzidas por satélites.
Etnoarqueologia
Com base em grupos contemporâneos, os etnoarqueólogos criam analogias para pensar sobre comportamentos e hábitos por meio de objetos feitos por sociedades que não conhecemos mais.
De gênero
Há duas formas de entender esta modalidade. A primeira, ligada aos estudos feministas, analisa os vestígios arqueológicos que possam contribuir com a história das mulheres. A segunda procura descobrir pistas da interação entre os diferentes grupos de gênero e de idade identificadas nas escavações.
Geoarqueologia
É a interação da geografia com a arqueologia. Através do recolhimento de sedimentos superficiais e da análise do solo, procura-se compreender como a paisagem, a terra e seus componentes se modificaram ao longo do tempo na interação com grupos humanos.
Pública
Pretende compartilhar o resultado das pesquisas obtidas nas escavações com diferentes comunidades como os quilombolas, os índios, os trabalhadores de uma fábrica, etc. Dessa interação, surge um conhecimento transformado e trabalhado em conjunto com a população.
Da arquitetura
Procurar retirar vestígios em edifícios históricos através de procedimentos de análise pouco destrutivos para identificar materiais, técnicas e procedimentos construtivos e artísticos utilizados no passado. É bastante utilizada em projetos de restauração de prédios tombados e preservados.
Incríveis descobertas
Século XVIII
Pompeia – ITÁLIA
Encoberta pelas lavas do Vesúvio no ano 79 d.C., a cidade permaneceu intacta até o século XVIII, quando foi descoberta por um agricultor que localizou vestígios de um muro.
1772
Moais - Ilha de Páscoa – CHILE
Estátuas esculpidas em pedra de dois a 20 metros de altura, santuários e vários escritos que exaltavam ancestrais sagrados foram descobertos na costa da ilha pelo holandês Jacob Roggeveen em 5 de abril, um domingo de Páscoa.
1773
Palenque – MÉXICO
Durante uma expedição, soldados e missionários espanhóis reencontraram a cidade maia de Palenque. Até hoje, o santuário, rodeado de vegetação, é cenário de inúmeros achados. Entre as construções destaca-se o Templo das Inscrições, uma pirâmide na qual foram encontrados, em 1952, cerca de 619 hieróglifos.
1799
Pedra de Roseta – EGITO
Encontrada por soldados de Napoleão, a estela era um decreto que regulava o culto ao faraó Ptolomeu V (332 a.C.). Foi escrita em três idiomas: grego, demótico e hieróglifos. Esta descoberta foi fundamental para a decifração dos hieróglifos.
1843
O Povo de Lagoa Santa – MINAS GERAIS – BRASIL
O arqueólogo dinamarquês Peter Lund descobriu em uma gruta, na lagoa do Sumidouro, fósseis de animais extintos e restos de 30 humanos de várias idades, comprovando a coexistência desses humanos com animais da Idade do Gelo.
1868
Jericó – TERRITÓRIO PALESTINO
Considerada a cidade mais antiga do mundo, Jericó, que hoje se localiza em um dos territórios palestinos, comemorou no ano passado seus 10 mil anos. Nos relatos bíblicos, é chamada de cidade das palmeiras. As primeiras escavações são de 1868, feitas pelo inglês Charles Warren (1840-1927).
1873
Cidade de Troia – COSTA DA TURQUIA
Depois de anos de escavações na colina de Hissarlik, os arqueólogos Heinrich Schliemann e Wilhelm Dörpfeld encontraram sete camadas da cidade de Troia. Uma delas era a conhecida cidade de Ilion, palco da grande guerra descrita por Homero.
1895
Megalitos – AMAPÁ - BRASIL
O zoólogo suíço Emílio Goeldi (1859-1917) e o tenente-coronel Aureliano Pinto de Lima Guedes (1848-1912) organizaram uma expedição ao Amapá, onde encontraram o fascinante sítio arqueológico com megalitos e peças variadas de cerâmica
1911
Machu Picchu - PERU
O mês de julho deste ano marcou o centenário da descoberta da cidade sagrada inca de Machu Picchu pelo arqueólogo americano Hiram Bingham. O santuário histórico, localizado no topo de uma montanha, mais de dois mil metros acima do nível do mar, faz parte do Patrimônio Mundial da Unesco desde 1983.
1912
Busto de Nefertiti – EGITO/ALEMANHA
Apesar de ser uma obra inacabada de apenas 50 cm de altura, o famoso busto é razão de brigas constantes entre a Alemanha, onde está hoje, e o Egito, onde foi encontrado. A descoberta, em 1912, foi feita por uma equipe arqueologica da Sociedade Oriental Alemã. Alvo de controvérsias sobre sua autenticidade, ele representaria a esposa do faraó Amenófis IV (mais conhecido como Akhenaton), pai de Tutankamon.
1922
Tumba de Tutankâmon– EGITO
O arqueólogo e egiptólogo britânico Howard Carter descobriu a luxuosa tumba, ainda intacta, do jovem faraó que governou o Egito há mais de 3.000 anos e que morreu misteriosamente.
1947
Escritos do Mar Morto – ISRAEL
Nas cavernas do deserto da Judeia, na região do Mar Morto, foram encontrados mais de 900 manuscritos. Feitos em papiros e em pergaminhos, os documentos continham textos bíblicos e apócrifos. Calcula-se que foram escritos entre III a.C. e II d.C.
1958
Catal Huyuk – TURQUIA
Um dos primeiros centros urbanos do mundo, de mais de 9 mil anos atrás, é considerado o principal sítio arqueológico da Turquia. Foi descoberto no fim dos anos 1950 e começou a ser escavado por James Mellaart na década seguinte. Desde 1993, um grupo internacional de arqueólogos, liderado por Ian Hodder, faz escavações e conta as novidades no site oficial do projeto:
Anos 1960
Gobekli Tepe – TURQUIA
Considerado o local de culto religioso mais antigo do mundo, o sítio arqueológico de Gobekli Tepe (que, em turco, significa morro com barriga) é do início do período neolítico. Ele foi descoberto nos anos 1960, mas só foi estudado profundamente na década de 1990, por conta de uma parceria entre arqueólogos turcos e alemães.
1970
Sweet Track – INGLATERRA
Um importante exemplo de engenharia do período neolítico é a Sweet Track, uma das mais antigas estradas conhecidas, que foi construída por volta de 3800 a.C. Os principais componentes da estrada são cinzas, cal e tábuas de carvalho. A maior parte dela continua em seu local de origem, embora algumas partes estejam expostas em espaços como o British Museum.
1973
Serra da Capivara – PIAUÍ - BRASIL
O Parque Nacional da Capivara, criado em 1979, concentra o maior número de pinturas rupestres do mundo. A região tem mais de mil sítios arqueológicos. A primeira missão de investigação, em 1973, teve a participação da arqueóloga Niède Guidon, que até hoje trabalha no local.
1974
Guerreiros de Xi’an – CHINA
Foi por acaso que agricultores encontraram um exército inteiro de 8.000 soldados feitos de terracota. Os Guerreiros de Xi’an estavam em funerárias construídas no governo do primeiro imperador da China, Qin Shi Huang (246-221 a.C.).
1977/2010
El Zotz - GUATEMALA
Na região florestal de Péten, El Zotz é a maior metrópole maia descoberta até o momento. Foi encontrada em 1977 por Marco Antonio Bailey. No ano passado, uma equipe de arqueólogos descobriu uma câmara mortuária sob a pirâmide El Diablo, a maior do templo.
1986
Yonaguni – JAPÃO
Mergulhadores encontraram uma imensa estrutura em forma de pirâmide. A descoberta data de aproximadamente 8000 a.C., e ainda não se sabe se ela é uma obra-prima da engenharia da época ou um acaso da natureza.
1987
A catacumba de Minas Gerais – BRASIL
Uma ossada infantil envolvida em tecido foi encontrada na Gruta do Gentio, na cidade de Unaí. Devido às condições climáticas, conservou-se embalsamada, e na época foi apontada como a mais antiga múmia brasileira, com cerca de 3.500 anos.
1995
Baía de Saint-Malo – FRANÇA
A cidade francesa de Saint-Malo, às margens do Canal da Macha, é uma das mais ricas em história náutica e arqueologia subaquática. Em 1995, dois grandes navios corsários foram descobertos. Anos de escavações sob o mar revelaram as embarcações La Dauphine e L’Amaible Grenot, ambas naufragadas no século XVIII.
1998
Luzia – MINAS GERAIS – BRASIL
O biólogo e antropólogo brasileiro Walter Neves analisou um crânio encontrado na região e concluiu que é o mais antigo do continente americano, com mais de 11.500 anos. O material integra a coleção única de 75 crânios depositados no Museu de Copenhague, na Dinamarca, coletados por Peter Lund em Lagoa Santa no século XIX.
2004
Mazagão Velho – AMAPÁ – BRASIL
O último baluarte lusitano no Marrocos havia sido invadido pelos mouros em 1769. Sem saída, o rei português D. José I ordena a transferência da cidade inteira, que tem como destino final a província do Grão Pará. Só em 2004 pesquisadores da UFPE iniciaram o trabalho de escavação dos resquícios da cidade transferida há mais de 200 anos.
2008
Pinturas a óleo – AFEGANISTÃO
As pinturas a óleo mais antigas do mundo estão em cavernas afegãs. A equipe formada por arqueólogos japoneses, americanos e suíços que as encontrou afirma que datam do século VII d.C, ou seja, centenas de anos antes do início da pintura a óleo na Europa. Elas mostram cenas de seres míticos e figuras de Buda trajando vestes vermelhas.
2010
Pinturas rupestres – SOMÁLIA
Guerras e secas fizeram da Somália um país quase sem investigação arqueológica. No entanto, no ano passado, pinturas de animais, que devem ter sido feitas há mais de 4.000 anos, foram descobertas pela University College London.
2011
As novas pirâmides – EGITO
Este ano, imagens em infravermelho captadas por satélites detectaram a existência de 17 pirâmides enterradas no Egito. A equipe de arqueólogos liderada por Sarah Parcak já encontrou duas delas por meio de escavações.
2011
Embarcação do Faraó – EGITO
No mês de julho, arqueólogos egípcios e japoneses começaram a desenterrar um barco encontrado aos pés da pirâmide de Gizé, no Egito. Com idade aproximada de 4,5 mil anos, ele serviria para transportar a alma do faraó Quéops em viagens para acompanhar o deus-Sol Amon-Rá. Após um longo trabalho de remontagem, ele se juntará a outra embarcação, encontrada em 1917, como uma das maiores descobertas arqueológicas do Egito.
2011
Submarino alemão – SANTA CATARINA - BRASIL
Foram encontrados em julho os restos do primeiro dentre 11 submarinos alemães afundados em nossa costa durante a 2ª guerra mundial. O U513, que chegou a afundar um navio mercante brasileiro, foi localizado por uma equipe de pesquisadores e arqueólogos subquáticos da Univali e do Instituto Kat Schurmann. Os trabalhos de busca foram filmados e farão parte de um documentário.
2011
Jesuítas – PARANÁ - BRASIL
Depois de anos de busca, historiadores anunciaram a descoberta do sítio arqueológico da Missão Jesuítica San Joseph, fundada em 1625 na cidade de Cambé, no Paraná. O anúncio foi feito pela arqueóloga Cláudia Inês Parellada, do Museu Paranaense, e é de grande importância para o estudo das reduções jesuíticas no Brasil. A Missão San Joseph foi provavelmente destruída pelos bandeirantes em 1631.
2011
Erotismo na pré-história – ALEMANHA
Arqueólogos encontraram, pela primeira vez, imagens de mulheres nuas em cavernas da Idade da Pedra na Alemanha. Para os pesquisadores envolvidos, as gravuras foram utilizadas em rituais de fertilidade há mais de 12 mil anos.
2011
Santo Filipe - TURQUIA
Depois de anos de procura, arqueólogos acreditam ter achado a tumba – ainda não aberta - de São Filipe, um dos doze apóstolos de Jesus, em Pamukkale, no sudoeste da Turquia. Encontrada embaixo de escombros de uma Igreja, a descoberta, de acordo com os especialistas, é de grande importância para o mundo cristão e a arqueologia.
2011
Gatos olmecas - MÉXICO
Uma pedra da cultura olmeca com relevo de três gatos foi descoberta por pesquisadores do Instituto Nacional de Antropologia e História do México. O artefato possui mais de uma tonelada e data de, aproximadamente, 2,8 mil anos.
2011
Afro-descendentes – ESTADOS UNIDOS
Nan Rothschild, arqueóloga da Universidade de Columbia (EUA), encontrou vestígios de uma comunidade de afro-americanos construída no século XIX no coração de Nova Iorque. Há indícios de que o local foi desapropriado para dar lugar ao Central Park, o maior parque de Manhatan.
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