8 LENDA DA LAGOA DO CEMITÉRIO
Contam os anciões[1] conhecedores das lendas e tradições de Cruz Alta, que as reproduzem como lenda urbana local, que há muito tempo viveu aqui uma linda jovem de família nobre e altiva, a qual se apaixonou, contra a vontade de seus pais, por um moço muito pobre e humilde e diziam descendente de índios.
Desse amor nasceu um filho, que revoltou a família da moça de tal forma que chegaram a lhe roubar o recém-nascido e o jogaram na outrora existente Lagoa do Cemitério, hoje drenada, e que se localizava nas proximidades do atual Cemitério Público de Cruz Alta.
Conta a lenda, que deste dia em diante não mais se ouviu os lamentos da criança desaparecida, mas o padre que o batizara passou a ser acusado de feiticeiro e por ter patrocinado um sacrilégio, acabou preso pelo chefe de polícia, sendo colocado completamente nu em um calabouço fechado a sete chaves e vigiado por guardas fortemente armados.
Entretanto, a curiosidade do policial era maior que sua descrença, conta a lenda, e uma noite, deixando o padre muito bem vigiado, foi à lagoa ver de perto o fantasma local. Mas, aterrorizado, ouviu seus gritos e uma voz que lhe pedia para libertar imediatamente o pobre padre.
Voltou correndo à prisão disposto a libertar o pobre vigário, mas ficou ainda mais surpreso quando viu que o mesmo já estava livre, lendo tranqüilamente sob as árvores do pátio da prisão.
Conta-se até hoje que o Fantasma da Lagoa foi quem abriu a cela e libertou o padre. Deste dia em diante não mais se ouviram os lamentos da criança morta. Entretanto, foi lançada uma maldição que deveria vigorar por muitos e muitos anos:
"Todo o filho desta terra, para prosperar e ficar famoso, teria que deixar Cruz Alta e seus país e passar a viver noutras paragens".
O imaginário social perpetuou a crença de que o fracasso dos que ficam se deve à “maldição” da lagoa do cemitério, e corrobora o fato de que os mais ilustres filhos alcançaram seu sucesso noutras paragens, para não ser injusta com todos os demais citarei o representante internacional, que agregou em seu nome a saga de seu povo e sua velha cidadezinha do interior Erico Verissimo ao contrário do que muitos alegam..
Contudo há de se ressaltar que a economia local estava voltada para os grupos hegemônicos da época que visavam a agricultura e a pecuária, esta última como foco principal, não atendendo a demanda social de atividades que comportassem uma população em expansão como no caso de Cruz Alta, estava em transformação e logo entraria em falência.E pra citar ainda o poder econômico dos Fazendeiros locais e nobres senhores da elite Cruzaltense, era de praxe mandar sua prole aos bons estudos, e estes eram encontrados na capital, explicando assim o êxodo dos ilustres filhos Cruzaltenses e com eles também o êxodo de investimentos.
Interessante sou de Calta e ñ conhecia esse causo..mas faz parte e é bom que a gente tenha conhecimento desse causo...espero muitos mais.
ResponderExcluirUm abraço a todos os Cruzaltenses...
Theobaldo Robinson
Obrigada Theobaldo.
Excluir