segunda-feira, 24 de agosto de 2015

A àgua na História do Homem


Os egípcios dominavam técnicas sofisticadas de irrigação do solo na agricultura e métodos de armazenamento de líquido, pois dependiam das enchentes do Rio Nilo.


Agricultura na região do Nilo

As construções destinadas ao transporte de água, chamadas de aquedutos, eram grandiosas, principalmente entre os romanos. Essas obras abasteciam dezenas de termas ( ou banhos públicos ), muito apreciadas pela população da época. Além disso , os aquedutos supriam as cidades com a água dos lagos em fontes artificiais. Os romanos também se destacaram na construção de redes de esgotos e de canalizações para escoamento das águas de chuvas na cidade.
Por volta do ano 300 d.C., existiam em Roma mais de 300 banhos públicos. Consumiam-se cerca de 3 milhões de litros de água por dia. As termas eram construções sofisticadas, com piscinas de água quente, morna ou fira, ao lado de salas para a prática de esportes e massagem.
Para outras civilizaçoes, as residências construídas na Antiguidade, inclusive as pertencentes á nobreza, não possuíam sanitários. Nas cidades e no campo era comum as pessoas evacuarem diretamente no solo. A camada mais rica da população usava recipientes para fazer suas necessidades e em seguida descarregava o conteúdo em local próximo ás moradias. Quando chovia, as fezes eram levadas pelas enxurradas até os rios, contaminando a águas e disseminando doenças.
Naquela época, alguns povos já aravam o solo para o plantio da lavoura, sem adotar medidas que evitassem o transporte de terra pelas enxurradas, tornando as águas mais sujas de barro.
Para tornar a água limpa antes de ser utilizada nas atividade domésticas, certos povos, principalmente os egípcios e japoneses, filtravam o líquido em vasos de porcelana.
Da Idade Média à sociedade industrial
Durante a Idade Média, os hábitos dos camponeses e senhores eram semelhantes aqueles praticados pelas civilizações passadas. A situação se agravou com o início do desenvolvimento industrial, em meados do século XVIII, quando as fábricas de tecidos levaram os artesãos em massa para os grandes centros urbanos.

As áreas industriais cresciam rapidamente e os serviços de saneamento básico, como suprimento de água e limpeza de ruas, não acompanhavam essa expansão. Em consequência, o período foi marcado pela volta de graves epidemias, sobretudo do cólera e da febre tifóide, transmitidos pela água contaminada, que fizeram milhares de vítimas.
Inicialmente a Inglaterra e em seguida outros países europeus realizaram uma grande reforma sanitária. Foram instaladas as descargas líquidas, semelhantes as utilizadas atualmente, transportando os detritos para as canalizações de águas pluviais.
O Brasil foi um dos primeiros paises do mundo a implantar redes de coleta para escoamento das águas das chuvas. Porém esse sistema foi instalado somente no Rio de Janeiro e atendia a área da cidade onde estava instalada a aristocracia.



Atualmente, o desenvolvimento da ciência e da tecnologia permitiu que fontes contaminadas se tornassem potáveis após tratamento. Hoje existem métodos diversificados para que o esgoto e o lixo não afetem a saúde e o meio ambiente. Porém, em toda a história da humanidade, a deterioração dos recursos naturais nunca atingiu tamanha proporção como nos dias atuais.
Uso da água nos séculos 20 e 21

No século 20, a população mundial triplicou, o que significa mais fábricas, mais desperdício, mais irrigação nas lavouras, etc. O consumo de água aumentou cerca de seis vezes e mais de um bilhão de pessoas atualmente vivem sem acesso a fontes de água de qualidade, de acordo com dados da ONU. Segundo a mesma fonte, cerca de dois bilhões e meio de pessoas vivem sem saneamento básico.



No Brasil, o uso dos recursos hídricos começa a ficar p r e o c u p a n t e : falta água na maioria das bacias do Nordeste, na Grande São Paulo, certas regiões de Minas Gerais, Bahia e em algumas áreas do Rio Grande do Sul. Possuímos 16% de água doce do planeta, d i s t r i b u ida de modo irregular. Cerca de 68% de nossos recursos hídricos estão no Norte, onde tem menos gente; apenas 3% estão no Nordeste e 6% no Sudeste, onde a população é maior.


Para evitar a crise da água, seriam necessários: evitar desperdício, interromper processos poluidores e criar novas maneiras de captação, controle e distribuição da água. Em alguns países, como EUA e Japão, há cidades onde a água do esgoto é tratada e vai para as torneiras.


Neste nosso projeto sobre a água, faremos a princípio, uma análise da água com suas propriedades, usos e ocorrência na Natureza, seguida da avaliação da poluição, da escassez Toda a água de abastecimento de Ribeirão Preto vem de um imenso reservatório de águas subterrâneas chamado Aqüífero Guarani, de onde é extraída pelo Daerp através de poços tubulares profundos.


O Aqüífero Guarani se estende pelos Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além da Argentina, Paraguai e Uruguai. Ocupa uma área de 1,2 milhões de km2, dos quais 70% encontram-se no Brasil. É um dos maiores reservatórios subterrâneos de água do mundo. Foi batizado de Guarani em homenagem à nação indígena do mesmo nome que habitava a região.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Conheça um pouco sobre o Prédio onde nasceu o escritor Erico Veríssimo.

Paixão pela memória. A casa onde nasceu e cresceu Erico Veríssimo.

O Museu

 

O sobrado nº 17, que abriga o Museu Casa Erico Veríssimo, foi construído no final do século XVIII (1883) pelo construtor Dante de Vitte.

Em 1893, a então casa em estilo colonial foi vendida ao estancieiro e médico Homeopata Franklin Veríssimo que presenteou o filho Sebastião Veríssimo por ocasião de seu casamento com Abegahy Lopes Veríssimo, bem como com uma Pharmácia ao lado da residência para o exercício da profissão do filho, recem formado na 1ª turma de Pharmácia de Porto Alegre.

Nas proximidades da residência o comércio era fluente para a época contando com uma fabrica de gêneros alimentícios (massas), outra de Fósforos utilitários domésticos e agrícolas,  loja de tecidos e armarinhos, bancos, clubes o centro governamental da cidade(Prefeitura), Igreja a Estação Ferroviária dentro outros pontos de Comércio.

No ano de 1968, o imóvel foi  desapropriado pela Prefeitura Municipal da Cidade de Cruz Alta com a finalidade de instalar o Museu Erico Veríssimo, sendo inaugurado em 19 de janeiro de 1969. Em 1986, passou a funcionar também, a Fundação Erico Verissimo (inativa).

Em 1984 foi tombado pelo IPHAE ( Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul). O Museu Erico Verissimo é administrado pela Prefeitura Municipal de Cruz Alta, sua mantenedora.

 

 O Sobrado em si

 

 

A casa está implantada em esquina, com acesso principal voltado para a Rua General Câmara, fachadas dotadas de ornamentos em arabescos com adornos em estuque e balcões saltados no mirante. Completam a composição da fachada frontal e lateral leste, frisos, balaústras e cimalha em argamassa formando eira e beira.

Destacam-se elementos como o delicado trabalho feito no portão de ferro, todo forjado com motivos florais circulares, possivelmente do início do século XIX, apogeu econômico da cidade. Também há de se destacar os ladrilhos hidráulicos do pátio lateral oeste, ainda originais da época de construção estes caracterizam-se por serem peças de desenho executado pela técnica Majólica (pintados a mão livre), com motivos fitomórficos ou florais.

 

História e Museus

 

Os museus históricos, segundo Ulpiano Menezes, foram criados com um intuito claro de “acatar, celebrar e fixar modelos de valores e comportamentos”, por meio da promoção de determinados personagens que encarnam esses elementos. Essa função atribuída aos museus históricos se confunde com o papel que se atribuía a História enquanto ciência: legitimadora de construções sociais, políticas e econômicas, que apresentava uma verdade pronta e acabada sobre o passado. Era um período em que os historiadores se ocupavam dos grandes vultos, dos fatos extraordinários, dos acontecimentos ligados as dinastias, aos governantes, aos grandes nomes.

 Só mereciam estudos os aspectos econômicos, políticos e militares. O cotidiano, a vida e os esforços das pessoas comuns, as mentalidades e o imaginário, eram aspectos desprezados, vistos como desimportantes, indignos de estudos e análises. Mulheres, escravos, trabalhadores, crianças, não eram vistos como atores históricos de fato.

Apesar de ser comum detectar permanências desse paradigma, a história mudou muito nas últimas décadas. Diversas gerações de estudiosos tomaram consciência da importância de tais estudos, e aqueles aspectos antes ostracizados são hoje centrais nos esforços dos historiadores.

Olhado por este prisma, nossa instituição se manifesta como um importante documento histórico, cristalizando materialmente o processo de transição entre a Monarquia e a República, momento em que a antiga aristocracia rural perde espaço e um novo segmento, ligado as atividades urbanas, se consolida.

Essa riqueza histórica impressa no Museu Casa Erico Veríssimo seria inócuo, no entanto, se representasse a finalidade última dessa instituição. Mais do que ser meramente a guardiã desse legado, a Casa procura tornar-se intermediária dele com a sociedade circundante, concorrendo para a formação de uma consciência crítica e para a discussão, compreensão e ação direta na realidade local.

Projetos como o de apropriação da memória local, fomento a projetos de pesquisa, ciclos de palestra e trabalhos voltados a difusão da memória social são o caminho, pois como disse Antônio Lopes, historiador maranhense: “ontem uma grandeza, hoje uma ruína: amanhã o que será?”

Nosso trabalho visa, acima de tudo, proporcionar uma resposta positiva a esse enigma.

 

 

 

 

Esp. Juliana Abreu
Historiadora, Gestora em Arquivos
04/03/2015

sábado, 14 de março de 2015

10 Mitos sobre a Ditadura

DITADURA, Porque Não desejar que ela retorne.

Em 1964, um golpe de estado que derrubou o presidente João Goulart e instaurou uma ditadura no Brasil. O regime autoritário militar durou até 1985. Censura, exílio, repressão policial, tortura, mortes e “desaparecimentos” eram expedientes comuns nesses “anos de chumbo”. Porém, apesar de toda documentação e testemunhos que provam os crimes cometidos durante o Estado de exceção, tem gente que acha que naquela época “o Brasil era melhor”. Mas pesquisas da época – algumas divulgados só agora, graças à Comissão Nacional da Verdade – revelam que o período não trouxe tantas vantagens para o país.

Nas últimas semanas, recebemos muitos comentários saudosistas em relação à ditadura na página da SUPER no Facebook. Em uma época em que não é incomum ver gente clamando pela volta do regime e a por uma nova intervenção militar no país, decidimos falar dos mitos sobre a ditadura em que muita gente acredita.

1. “A ditadura no Brasil foi branda”

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Foto: Auremar de Castro/DEDOC Abril
Pois bem, vamos lá. Há quem diga que a ditadura brasileira teria sido “mais branda” e “menos violenta” que outros regimes latino-americanos. Países como Argentina e Chile, por exemplo, teriam sofrido muito mais em “mãos militares”. De fato, a ditadura nesses países também foi sanguinária. Mas repare bem: também foi. Afinal, direitos fundamentais do ser humano eram constantemente violados por aqui: torturas e assassinatos de presos políticos – e até mesmo de crianças – eram comuns nos “porões do regime”. Esses crimes contra a humanidade, hoje, já são admitidos até mesmo pelos militares (veja aqui e aqui). Para quem, mesmo assim, acha que foi “suave” a repressão, um estudo do governo federal analisou relatórios e propõe triplicar a lista oficial de mortos e desaparecidos políticos vítimas da ditadura militar. Ou seja: de 357 mortos e desaparecidos com relação direta ou indireta com a repressão da ditadura (segundo a lista da Secretaria de Direitos Humanos), o número pode saltar para 957 mortos.

2. “Tínhamos educação de qualidade”

Naquele época, o “livre-pensar” não era, digamos, uma prioridade para o regime. Havia um intenso controle sobre informações e ideologia – o que engessava o currículo – e as disciplinas de filosofia e sociologia foram substituídas por Educação, Moral e Cívica e por OSPB (Organização Social e Política Brasileira, uma matéria obrigatória em todas as escolas do país, destinada à transmissão da ideologia do regime autoritário). Segundo o estudo “Mapa do Analfabetismo no Brasil”, do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), do Ministério da Educação, o Mobral (Movimento Brasileiro para Alfabetização) fracassou. O Mobral era uma resposta do regime militar ao método do educador Paulo Freire – considerado subversivo -, empregado, já naquela época, com sucesso no mundo todo. Mas os problemas não paravam por aí: com o baixo índice de investimento na escola pública, as unidades privadas prosperaram. E faturaram também. Esse “sucateamento” também chegou às universidades: foram afastadas dos centros urbanos – para evitar “baderna” – e sofreram a imposição do criticado sistema de crédito.

3. “A saúde não era o caos de hoje”

Se hoje todo mundo reclama da “qualidade do atendimento” e das “filas intermináveis” nos hospitais e postos de saúde, imagina naquela época. Para começar, o acesso à saúde era restrito: o Inamps (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social) era responsável pelo atendimento público, mas era exclusivo aos trabalhadores formais. Ou seja, só era atendido quem tinha carteira de trabalho assinada. O resultado era esperado: cresceu a prestação de serviço pago, com hospitais e clínicas privadas. Essas instituições abrangeram, em 1976, a quase 98% das internações. Planos de saúde ainda não existiam e o saneamento básico chegava a poucas localidades, o que aumentava o número de doenças. Além disso, o modelo hospitalar adotado relegava a assistência primária a segundo plano, ou seja, para os militares era melhor remediar que prevenir. O tão criticado SUS (Sistema Único de Saúde) – que hoje atende cerca de 80% da população – só foi criado em 1988, três anos após o fim da ditadura.

4. “Não havia corrupção no Brasil”

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Arquivo Editora Bloch/Veja Rio/DEDOC Abril
Uma características básica da democracia é a participação da sociedade civil organizada no controle dos gastos, denunciando a corrupção. E em um regime de exceção, bem, as coisas não funcionavam exatamente assim. Não havia conselhos fiscalizatórios e, depois da dissolução do Congresso Nacional, as contas públicas não eram sequer analisadas, quanto mais discutidas. Além disso, os militares investiam bilhões e bilhões em obras faraônicas – como Itaipu, Transamazônica e Ferrovia do Aço -, sem nenhum controle de gastos. Esse clima tenso de “gastos estratosféricos” até levou o ministro Armando Falcão, pilar da ditadura, a declarar que “o problema mais grave no Brasil não é a subversão. É a corrupção, muito mais difícil de caracterizar, punir e erradicar”.Muito pouco se falava em corrupção. Mas não significa que ela não estava lá. Experimente jogar no Google termos como “Caso Halles”, “Caso BUC” e “Caso UEB/Rio-Sul” e você nunca mais vai usar esse argumento.

5. “Os militares evitaram a ditadura comunista”

É fato: o governo do presidente João Goulart era constitucional. Seguia todo à risca o protocolo. Ele chegou ao poder depois da renúncia de Jânio Quadros, de quem era vice. Em 1955, foi eleito vice-presidente com 500 mil votos a mais que Juscelino Kubitschek. Porém, quando Jango assumiu a Presidência, a imprensa bateu na tecla de que em seu governo havia um “caos administrativo” e que havia a necessidade de reestabelecer a “ordem e o progresso” através de uma intervenção militar. Foi criada, então, a ideia da iminência de um “golpe comunista” e de um alinhamento à URSS, o que virou motivo para a intervenção. Goulart não era o que se poderia chamar de marxista. Antes de ser presidente, ele fora ministro de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek e estava mais próximo do populismo. Em entrevista inédita recentemente divulgada, o presidente deposto afirmou que havia uma confusão entre “justiça social” – o que ele pretendia com as Reformas de Base – e comunismo, ideia que ele não compartilhava: “justiça social não é algo marxista ou comunista”, disse. Há também outro fator: pesquisas feitas pelo Ibope às vésperas do golpe, em 31 de março, mostram que Jango tinha um amplo apoio popular, chegando a 70% de aprovação na cidade de São Paulo. Esta pesquisa, claro, não foi revelada à época, mas foi catalogada pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

6. “O Brasil cresceu economicamente”

Um grande legado econômico do regime militar é indiscutível: o aumento da dívida externa, que permaneceu impagável por toda a primeira década de redemocratização. Em 1984, o Brasil devia a governos e bancos estrangeiros o equivalente a 53,8% de seu Produto Interno Bruto (PIB). Sim, mais da metade do que arrecadava. Se transpuséssemos essa dívida para os dias de hoje, seria como se o Brasil devesse US$ 1,2 trilhão, ou seja, o quádruplo da atual dívida externa. Além disso, o suposto “milagre econômico brasileiro” – quando o Brasil cresceu acima de 10% ao ano – mostrou que o bolo crescia sim, mas poucos podiam comê-lo. A distribuição de renda se polarizou: os 10% dos mais ricos que tinham 38% da renda em 1960 e chegaram a 51% da renda em 1980. Já os mais pobres, que tinham 17% da renda nacional em 1960, decaíram para 12% duas décadas depois. Quer dizer, quem era rico ficou ainda mais rico e o pobre, mais pobre que antes. Outra coisa que piorava ainda mais a situação do população de baixa renda: em pleno milagre, o salário mínimo representava a metade do poder de compra que tinha em 1960.

7. “As igrejas apoiaram”

Sim, as igrejas tiveram um papel destacado no apoio ao golpe. Porém, em todo o Brasil, houve religiosos que criaram grupos de resistência, deixaram de aceitar imposições do governo, denunciaram torturas, foram torturados e mortos e até ajudaram a retirar pessoas perseguidas pela ditadura no país. Inclusive, ainda durante o regime militar, uma das maiores ações em defesa dos direitos humanos – o relatório “Brasil: Nunca Mais” – originou-se de uma ação ecumênica, desenvolvida por dom Paulo Evaristo Arns, pelo rabino Henry Sobel e pelo pastor presbiteriano Jaime Wright. Realizado clandestinamente entre 1979 e 1985, gerou uma importante documentação sobre nossa história, revelando a extensão da repressão política no Brasil.

8. “Durante a ditadura, só morreram vagabundos e terroristas”

Esse é um argumento bem fácil de encontrar em caixas de comentário da internet. Dizem que quem não pegou em armas nunca foi preso, torturado ou morto pelas mãos de militares. Provavelmente, quem acredita nisso não coloca na conta o genocídio de povos indígenas na Amazônia durante a construção da Transamazônica. Segundo a estimativa apresentada na Comissão da Verdade, 8 mil índios morreram entre 1971 e 1985. Isso sem contar as outras vítimas da ditadura que não faziam parte da guerrilha. É o caso de Rubens Paiva. O ex-deputado, cassado depois do golpe, em 1964, foi torturado porque os militares suspeitavam que, através dele, conseguiriam chegar a Carlos Lamarca, um dos líderes da oposição armada. Não deu certo: Rubens Paiva morreu durante a tortura. A verdade sobre a morte do político só veio à tona em 2014. Antes disso, uma outra versão (bem mal contada) dizia que ele tinha “desaparecido”. Para entrar na mira dos militares durante a ditadura, lutar pela democracia – mesmo sem armas na mão – já era motivo o suficiente.

9. “Todos os militares apoiaram o regime”

Ser militar na época não era sinônimo de golpista, claro. Havia uma corrente de militares que apoiava Goulart e via nas reformas de base um importante caminho para o Brasil. Houve focos de resistência em São Paulo, no Rio de Janeiro e também no Rio Grande do Sul, apesar do contragolpe nunca ter acontecido. Durante o regime, muitos militares sofreram e estima-se que cerca 7,5 mil membros das Forças Armadas e bombeiros foram perseguidos, presos, torturados ou expulsos das corporações por se oporem à ditadura. No auge do endurecimento do regime, os serviços secretos buscavam informações sobre focos da resistência militar, assim como a influência do comunismo nos sindicatos, no Exército, na Força Pública e na Guarda Civil.

10. “Naquele tempo, havia civismo e não tinha tanta baderna como greves e passeatas”

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Estudantes que participavam de uma reunião da UNE são presos no interior de São Paulo. Foto: Cristiano Mascaro/DEDOC Abril
Quando os militares assumiram o poder, uma das primeiras medidas que tomaram foi assumir a possibilidade de suspensão dos diretos políticos de qualquer cidadão. Com isso, as representações sindicais foram duramente afetadas e passaram a ser controladas com pulso forte pelo Ministério do Trabalho, o que gerou o enfraquecimento dos sindicatos, especialmente na primeira metade do período de repressão. Afinal, para que as leis trabalhistas vigorem, é necessário que se judicializem e que os patrões as respeitem. Com essa supressão, os sindicatos passaram a ser compostos mais por agentes do governo que trabalhadores. E os direitos dos trabalhadores foram reduzidos à vontade dos patrões. Passeatas eram duramente repreendidas. Quando o estudante Edson Luísa de Lima Souto foi morto em uma ação policial no Rio de Janeiro, multidões foram às ruas no que ficou conhecido com o a Passeata dos Cem Mil. Nos meses seguintes, a repressão ao movimento estudantil só aumentou. As ações militares contra manifestações do tipo culminaram no AI-5. O que aconteceu daí para a frente você já sabe.


Mas, se você já esqueceu ou ainda não está convencido, confira uma linha do tempo da ditadura militar nesse especial que a SUPER preparou sobre o período. Não deixe de jogar “De volta a 1964″, o jogo que mostra qual teria sido sua trajetória durante as duas décadas do regime militar no Brasil.
Fontes: Folha, Estadão, EBC, Brasil Post, Pragmatismo Político, O Globo, R7

sexta-feira, 13 de março de 2015

Falando de Historia e algo mais: Fim do mundo está mais próximo! Three minutes too ...

Falando de Historia e algo mais: Fim do mundo está mais próximo! Three minutes too ...: Fim do mundo está mais próximo, diz Boletim de Cientistas Atômicos De acordo com o Relógio do Juízo Final, que, em contagem regressiva, ...

Falando de Historia e algo mais: Pegue o seu!HQs de Graça

Falando de Historia e algo mais: Pegue o seu!HQs de Graça: O site de  The Digital Comic Museum  HQs disponibiliza,  em ingles , de Diversos super-Heróis. Acesse o site The Digital Comic Museum: htt...

Pegue o seu!HQs de Graça

O site de  The Digital Comic Museum  HQs disponibiliza,  em ingles , de Diversos super-Heróis. Acesse o site The Digital Comic Museum:
http://digitalcomicmuseum.com/

Você sabe o que é o bolivarianismo?

 bolivarianismo? sério?!?....

A palavra da moda no Brasil é usada por muita gente que não faz ideia de seu significado. Entenda o que é bolivarianismo e por que ele nada tem a ver com "ditadura comunista"
Roberto Stuckert Filho/PR
dilma maduro
Em encontro de maio de 2013, Dilma recebe quadro do ex-presidente Hugo Chávez do atual presidente venezuelano, Nicolás Maduro

O que é bolivarianismo?
O termo provém do nome do general venezuelano do século 19 Simón Bolívar, que liderou os movimentos de independência da Venezuela, da Colômbia, do Equador, do Peru e da Bolívia. Convencionou-se, no entanto, chamar de bolivarianos os governos de esquerda na América Latina que questionam o neoliberalismo e o Consenso de Washington (doutrina macroeconômica ditada por economistas do FMI e do Banco Mundial).

Bolivarianismo e ditadura comunista são a mesma coisa?
Não. Mesmo considerando a interpretação que Chávez deu ao termo, o que convencionou-se chamar bolivarianismo está muito longe de ser uma ditadura comunista. As realidades de países que se dizem bolivarianos, como Venezuela, Bolívia e Equador, são bem diferentes da Rússia sob o comando de Stalin ou mesmo da Romênia sob o regime de Nicolau Ceausescu. Neles, os meios de produção estavam nas mãos do Estado, não havia liberdade política ou pluralidade partidária e era inaceitável pensar diferentemente da ideologia dominante do governo. Aqueles que o faziam eram punidos ou exilados, como os que eram enviados para o gulag soviético, campo de trabalho forçado símbolo da repressão ditatorial da Rússia. Na Venezuela, por exemplo, nada disso acontece. A oposição tem figuras conhecidas como Henrique Capriles, Leopoldo López e Maria Corina Machado. Cenário semelhante ocorre na Bolívia, no Equador e também no Brasil, onde há total liberdade de expressão, de imprensa e de oposição ao governo.

Foi Chávez quem inventou o bolivarianismo?
Não. O que o então presidente venezuelano Hugo Chávez fez foi declarar seu país uma "república bolivariana". A mesma retórica foi utilizada pelos presidentes Rafael Correa (Equador) e Evo Morales (Bolívia). A associação entre bolivarianismo e socialismo, noentanto, é questionável segundo a própria biógrafa de Bolívar, a jornalista peruana Marie Arana, editora literária do jornal americano The Washington Post. De acordo com ela, esse “bolivarianismo” instituído por Chávez na Venezuela foi inspirado nos ideais de Bolívar, tais como o combate a injustiças e a defesa do esclarecimento popular e da liberdade. Mas, segundo a biógrafa, a apropriação de seu nome por Chávez e outros mandatários latinos é inapropriada e errada historicamente: “Ele não era socialista de forma alguma. Em certos momentos, foi um ditador de direita”.

O que se tornou o bolivarianismo na Venezuela?
Quando assumiu a Presidência da República em 1999, Chávez declarou-se seguidor das ideias de Bolívar. Em seu governo uma assembleia alterou a Constituição da Venezuela de 1961 para a chamada Constituição Bolivariana de 1999. O nome do país também mudou: era Estado Venezuelano e tornou-se República Bolivariana da Venezuela. Foram criadas ainda instituições de ensino com o adjetivo, como as escolas bolivarianas e a Universidade Bolivariana da Venezuela.

Mas esse regime que Chávez chamava de bolivarianismo era comunista?
Não, apesar de o ex-presidente venezuelano ter usado o termo "Revolução Bolivariana" para referir-se ao seu governo. A ideia era promover mudanças políticas, econômicas e sociais como a universalização à educação e à saúde, além de medidas de caráter econômico, como a nacionalização de indústrias ou serviços. Chávez falava em "socialismo do século XXI", mas o governovenezuelano continua permitindo a entrada de capital estrangeiro no País, assim como a parceria com empresas privadas nacionais e estrangeiras. Empreiteiras brasileiras, chinesas e bielo-russas, por exemplo, constroem moradias para o maior programa habitacional do país, o Gran Misión Vivienda Venezuela, inspirado no brasileiro Minha Casa Minha Vida.

Brasil "virou uma Venezuela"?
Esta afirmação não faz sentido. Brasil é parceiro econômico e estratégico da Venezuela, mas as diretrizes do governo Dilma e do governo de Nicolás Maduro são bastante distintas, tanto na retórica quanto na prática.

Os conselhos populares são bolivarianos?
Não, e aqui o engano vai além do uso equivocado do adjetivo. Parte da Política Nacional de Participação Social, os conselhos populares seriam a base de um complexo sistema de participação social, com a finalidade de aprofundar o debate sobre políticas públicas com representantes da sociedade civil. Ao contrário do alegado por opositores, os conselhos de participação popular não são uma afronta à democracia representativa. Conforme observou o ex-ministro e fundador do PSDB Luiz Carlos Bresser-Pereira, os conselhos estabeleceriam “um mecanismo mais formal por meio do qual o governo poderá ouvir melhor as demandas e propostas [da população]”.

Fonte: Carta Capital- 11/2014

quinta-feira, 12 de março de 2015

Fim do mundo está mais próximo! Three minutes too Midnight.... The End is coming.....

Fim do mundo está mais próximo, diz Boletim de Cientistas Atômicos

De acordo com o Relógio do Juízo Final, que, em contagem regressiva, marca o tempo até o fim da humanidade, estamos, em 2015, a apenas três minutos do apocalipse


Com o aquecimento global e as ameaças das guerras e das armas de destruição em massa,
o Relógio do Juízo Final está, agora, a apenas três minutos da meia-noite,
que representa o fim da humanidade

                 Fundado em 1945 por cientistas da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, que tinham ajudado a desenvolver as primeiras armas atômicas no projeto Manhattan, o Boletim de Cientistas Atômicos (BCA) criou o chamado Relógio do Juízo Final, em 1947, como referência para uma possível destruição da humanidade. E, em janeiro de 2015, os cientistas do BCA anunciam que o relógico foi adiantado, e, agora, só faltam três minutos para o fim do mundo.

                  O Relógio do Juízo Final foi criado seguindo a imagem do apocalipse bíblico (com referência à meia-noite) e a contagem regressiva típica de uma explosão nuclear. Com isso, ele mostra os minutos que faltam para se chegar à 0h. A decisão de mudar ou não o ponteiro dos minutos é feita todos os anos pelo conselho de ciência e segurança do BCA, em consulta ao conselho de patrocinadores, que inclui 17 cientistas vencedores de prêmios Nobel. O relógio virou um indicador universalmente reconhecido da vulnerabilidade do mundo a uma catástrofe por armas nucleares, às guerras e às mudanças climáticas.

                Em 2015, como resultado das mudanças climáticas e da modernização do acervo nuclear dos Estados Unidos e da Rússia, que continuam com arsenais que representam uma ameaça para a humanidade, foi reconhecida a necessidade de se adiantar o relógio.

                 Para se ter uma ideia, a última vez em que estivemos a três minutos do Juízo Final foi em 1984, ano em que as relações entre os Estados Unidos e a União Soviética estavam muito extremecidas – era o momento mais dramático da chamada Guerra Fria. "Cada canal de comunicação tem sido restringido ou desligado. Todas as formas de contato foram atenuadas ou cortadas. As negociações para o controle das armas foram reduzidas a uma espécie de propaganda", relatou o Boletim de Cientistas Atômicos naquela época.

               Apesar de alguns avanços modestos em relação à mudança climática no ano passado, refletindo o avanço contínuo de tecnologias de energias renováveis, segundo o BCA, os esforços atuais são insuficientes para se evitar um aquecimento catastrófico da Terra. "Na ausência de uma correção desse destino dramático, os países do mundo terão emitido, até o final deste século, dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa suficientes para transformar profundamente o clima em nosso planeta, prejudicando milhões e milhões de pessoas e ameaçando muitos sistemas ecológicos fundamentais em que a civilização se baseia", dizem os cientistas do Boletim.
 
Aquecimento
               Segundo os cientistas ambientais do governo dos Estados Unidos, 2014 foi o ano mais quente em 134 anos de registros. Nove dos 10 anos mais quentes já registrados ocorreram nos anos 2000. Em novembro do ano passado, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (PIMC) divulgou seu relatório sobre o aquecimento global, que doi considerado "inequívoco e sem precedentes e já responsável por danos generalizados".

              O PIMC deixou claro que uma catástrofe climática não é inevitável. O mundo tem opções de tecnologia e capacidade política a custos totalmente aceitáveis para tentar reverter a situação. "O tempo é curto, mas ainda não se esgotou. Os nossos líderes e nossas instituições de cooperação global podem ainda enfrentar o desafio", lembrou o relatório do Painel.

             No ano passado, com o Relógio do Apocalipse a cinco minutos da meia-noite, os membros do conselho de ciência e segurança do Boletim de Cientistas Atômicos concluíram que eram possível gerenciar a tecnologia para não sermos vítimas dela. "A escolha é nossa, e o relógio está correndo", disseram no relatório. Já em 2015, com o tempo mais próximo da zero hora, o conselho acrescenta mais urgência: "A probabilidade de uma catástrofe global é muito alta, e as ações necessárias para reduzir os riscos de desastres devem ser levadas a cabo rapidamente".

(com o Boletim de Cientistas Atômicos)
 
Fonte: Boletim Científico da Revista Encontro. Redação Publicação:23/01/2015 13:09 Atualização:23/01/2015 14:01

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

A História das armas quimicas em 5 episódios que marcaram o mundo.

Quem é o vilão?


Em 2013, um atentado que matou quase 1500 pessoas na Síria despertou o século 20 para um horror antigo: a utilização de armas químicas para aniquilar rapidamente um grande número de pessoas. O potencial de destruição das armas químicas preocupa tanto civis quanto líderes militares, que tentaram a todo custo banir o seu uso em situações de conflito. Veja como esses agentes químicos letais foram utilizados com o passar dos anos e as consequências desastrosas desses atos.



1. Primeira Guerra Mundial (1914-1919)




A Primeira Guerra Mundial também ficou conhecida como a “guerra dos químicos”, pois foi a primeira a introduzir gases venenosos e mortais no combate. Com uma forte indústria química que vinha do século XIX, a Guerra que durou de 1914 a 1918 teve várias experiências com esse novo instrumento letal. Em 1915, em Ypres, na Bélgica, a Alemanha abriu várias caixas de gás clorídrico na direção das tropas aliadas, condenando muitos a uma morte agonizante. Ao fim da guerra, o uso de armas químicas havia proliferado em ambos os lados – incluindo agentes como fosgênio, cianeto e gás mostarda, um agente químico que causa queimadura severa na pele, olhos e sistema respiratório e que é absorvido por inalação, ingestão ou contato com a pele e os olhos. Horrorizados com os efeitos e com o pavor gerado por esses ataques, em 1925 quinze países assinaram o Protocolo de Genebra, tratado que proibia o uso de armas químicas e bacteriológicas. O número de mortos nesses ataques ultrapassou os noventa mil e mais de um milhão ficaram feridos.



2. Alemanha Nazista (1933-1945)




A Alemanha liderada por Adolf Hitler enfrentou várias batalhas durante a Segunda Guerra Mundial, mas não era durante os conflitos armados em que o ditador fazia uso de armas químicas para fins de extermínio de população. Durante a guerra, milhões de judeus foram transportados para campos de extermínio, mais notadamente Auschwitz, na Polônia ocupada pelos nazistas. Os judeus eram sufocados em câmaras de gás usando Zyklon B, um pesticida a base de ácido cianídrico, cloro e nitrogênio criado pelos próprios alemães e utilizado por proporcionar eficientemente uma morte rápida. Aproximadamente seis milhões de judeus morreram no Holocausto, além de ciganos, homossexuais, deficientes e prisioneiros soviéticos.



3. Massacre de Halabja (1988)




O ataque químico em Halabja, no Curdistão Iraquiano, que ficou conhecido também como Massacre de Halabja, ou Sexta-feira Sangrenta, ocorreu no dia 16 de maio de 1988. Durante o encerramento da Guerra Irã-Iraque, o regime de Saddam Hussein utilizou armas químicas para remover curdos de cerca de 40 vilas no norte do Iraque. No ataque foi utilizado gás mostarda e sarin, um líquido sem cor nem cheiro que causa extrema devastação no sistema nervoso, levando as pessoas expostas a perderem as funções corpóreas e, se não tratadas imediatamente, a entrarem em coma ou sofrer falência respiratória. No ataque indiscriminado, homens, mulheres e crianças sufocaram até a morte. A atrocidade impulsionou a criação da Convenção das Armas Químicas das Nações Unidas em 1997, um pacto internacional banindo a produção, estoque ou uso de armas químicas. Apenas sete nações – incluindo a Síria – não assinaram a lista. O massacre de Halabja deixou cerca de cinco mil mortos. O conflito militar entre Irã e Iraque teve várias vítimas de armas químicas a mais do que o ataque aos curdos. Hussein também utilizou gás mostarda e sarin contra o Irã para mudar a guerra a favor do Iraque e obrigar Teerã, capital da República Islâmica do Irã, a negociar. A treta continua: documentos recentes da CIA revelaram que os Estados Unidos sabiam do uso das armas químicas, mas decidiram não agir por medo de uma vitória iraniana. O total de mortos ultrapassou vinte mil pessoas.



4. Crise dos reféns em Dubrovka (2002)



Na noite do dia 23 de outubro, cerca de 800 pessoas estavam num teatro em Dubrovka, em Moscou, conferindo a apresentação de um musical. De repente, 42 militantes chechenos liderados por Movsar Barayev (foto) entraram armados no teatro e fizeram todos os presentes de refém. Eles seram membros de um grupo separatista da Chechênia, que, na época, estava em guerra com a Rússia. A reivindicação era pelo fim do conflito e pela retirada dos militares russos na região. O sequestro e a negociação dos chechenos com o governo russo durou mais de 48 horas e só acabou quando os russos soltaram um gás tóxico desconhecido no sistema de ventilação do teatro. Quase todos os militantes morreram. Como se não fosse o suficiente, mais de 100 reféns também foram vítimas do gás. O governo russo nunca revelou qual era o gás usado no ataque e a ação extrema foi bastante criticada na época. Há estimativas de que mais de 200 pessoas tenham morrido. Mas os detalhes sórdidos do caso foram guardados a sete chaves, como segredo de estado. Por isso, não dá para ter certeza. Desde 2002, muitas teorias surgiram sobre a substância. Uma das mais aceitas é que se tratava de um derivado do fentanil, um anestésico poderosíssimo, 100 vezes mais potente que a morfina, que pode fazer com que as pessoas simplesmente deixem de respirar.



5. Ataque Químico de Ghouta (2013)




No dia 21 de agosto de 2013, um ataque do governo sírio durante a Guerra Civil da Síria resultou em mais de 1500 mortes, sendo 426 delas crianças. Áreas controladas ou disputadas pela oposição nos arredores de Ghouta, próximo a Damasco, capital síria, foram atingidas por foguetes contendo sarin. As milhares de vítimas mortas no atentado não apresentavam feridas físicas. Em janeiro de 2015, foi confirmado pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, que armas químicas foram usadas em grandes escala, o que resultou na morte de inúmeros civis. A ONU considerou o ataque um crime de guerra e uma violação grave – o pior uso de armas químicas em civis no século XXI, e o mais significativo desde Halabja.



Bônus: Guerra do Vietnã (1955-1975)




“Eu adoro o cheiro de napalm pela manhã. Tem cheiro de vitória”. A frase imortalizada pelo personagem Coronel Bill Kilgore no filme Apocalypse Now captura a brutalidade banal do massacre que os Estados Unidos promoveram em sua guerra contra o Vietnã do Norte entre 1965 e 1975. Milhões de litros de napalm incendiário foram utilizados para desfolhar as densas florestas nos quais os inimigos vietnamitas se escondiam. A substância gelatinosa pega fogo e se gruda ao corpo, queimando músculos e ossos, gerando feridas terríveis e morte. Os Estados Unidos também despejaram cinquenta milhões de litros de Agente Laranja, um herbicida químico extremamente forte, para destruir todas as plantas. Esses desfolhantes devastaram o habitat natural, e seus agentes infiltraram no solo e nas reservas de águas, levando a população a sofrer com vários problemas de saúde como câncer e síndromes neurológicas por gerações. Mais de um milhão de vidas foram tiradas nesse ataque, e mais de quatrocentos mil crianças vietnamitas nasceram vítimas de malformações congênitas. Mas, apesar do potencial destruidor, napalm não é exatamente uma arma química, pois precisa ser adicionado à gasolina para funcionar direitinho