domingo, 12 de junho de 2011

O Bispado em Cruz Alta


Essa é mais uma parte de meu trabalho, por isso não me preocupei em alterar detalhes.

O Bispado em Cruz Alta

Em 18 de agosto de 1821[1], foi solicitado, além de sesmarias ao Governo da Província, a fundação de uma CAPELA em Cruz Alta, que foi concedido pelo Governo Provincial. A partir deste momento com a pequena edificação para cultos católicos ( divisão eclesiástica da Freguesia) a povoação ganhava status de Vila.
Em 1824, esta capela já se encontrava habitada, claro que precariamente dado a situação da Vila, mas mesmo assim ascendeu a CURATO[2] que fora atendida pelo Padre Antônio Pompeu Pais de Campos, que não chegou a ficar em Cruz Alta. Mas em 1832( 24 de outubro) por decreto Provincial, Cruz Alta passa a ser FREGUESIA ( Paróquia ERETA) DO DIVINO ESPÍRITO SANTO DE CRUZ ALTA.[3] Seu primeiro vigário enquanto Freguesia foi o Pe Francisco Gonçalves Pacheco, que permaneceu nela de 1832 a 1834, e em 11 de março de 1834 passou à categoria de VILA ( oficialmente). Na data de 6 de dezembro de 1858, CABEÇA DE COMARCA e finalmente em 12 de abril de 1879 tornou-se CIDADE[4]( Município para nós hoje.

Era 1º de janeiro de 1969 o bispo de Santa Maria, Dom Luiz Vitor Sartori, criava o Vicariato Episcopal de Cruz Alta, nomeava Vigário Episcopal Monsenhor Frederico Didonet. A sua instalação tinha como objetivo principal preparar a diocese de Cruz Alta. Desde o início, o Vigário Episcopal teve a preocupação no sentido de lançar as bases da futura diocese.
Além das questões materiais, queria fazer uma nova igreja local com expressão de fé e comunhão. Neste sentido, organizaram um curso para o clero. O estudo foi baseado nos documentos do Concílio Vaticano II, em seus aspectos teológicos, pastorais e organizativos. Os encontros para os estudos resultaram num documento publicado no dia 18 de maio de 1971, nove dias antes da criação da diocese (27 de maio de 1971), intitulado “Perspectivas para uma pastoral engajada – Diocese de Cruz Alta".
A 30 de junho de 1969, o então Bispo de Santa Maria, Dom Luiz Vitor Sartori, propôs aos Bispos do Rio Grande do Sul, reunidos em Viamão, a criação da nova Diocese. O assunto foi amplamente debatido aquele ano. Em 7 de fevereiro de 1970, o senhor bispo de Santa Maria, Dom Luiz, assinava oficialmente a nomeação da comissão pró-bispado.
 Foram muitas as dificuldades encontradas, especialmente na região de Soledade que desejava ser anexada à Diocese de Passo Fundo. Não foi possível devido a não concordância do então bispo de Passo Fundo. O Vigário Episcopal formalizava a aquisição do patrimônio necessário para  implantar a diocese.
 Em 30 de novembro de 1970 foram feitos os necessários encaminhamentos para a construção da residência episcopal. Para o funcionamento do secretariado diocesano de pastoral se fariam as necessárias reformas no prédio adquirido junto à Paróquia do Divino Espírito Santo. No dia 27 de maio de 1971, com a Bula Papal[5] “CUM CHRISTUS”, foi criada a diocese de Cruz Alta, pelo Papa Paulo VI.
 Simultaneamente foi nomeado Bispo da nova diocese, Dom Walmor Battú Wichrowski. Assim que foi publicada a nomeação do bispo da nova diocese de Cruz Alta, começaram os conflitos. Dom Walmor se desentendeu com a comissão central, com o Vigário Episcopal e com diversos padres da recém criada diocese. Não chegou a assumir porque renunciou ao cargo.
Dom Aloísio Lorscheiter, secretário geral da CNBB e bispo de Santo Ângelo, acompanhava, em nome da Nunciatura Apostólica, os interesses havidos. O mesmo Dom Aloísio, no dia 8 de julho de 1971, após contato pessoal com o Sr. Núncio Apostólico e Dom Érico Ferrari, novo Bispo de Santa Maria, comunicava ao Vigário Episcopal o adiamento da instalação da diocese e posse do seu primeiro bispo.
Foi extinto o Vicariato e continuava a jurisdição da nova diocese aos cuidados do bispo de Santa Maria, Dom Érico Ferrari. Todas as atividades desenvolvidas durante o ano de 1972, em preparação à chegada do novo bispo foram repletas de entusiasmo.
 O Pe. José Jungblut, como delegado, mantinha contato permanente com as autoridades eclesiásticas para apressar a nomeação do novo bispo. Tudo andava em ritmo de diocese que estava nascendo da própria realidade regional. As taxas diocesanas passaram a serem recolhidas em Cruz Alta; o monumento de Fátima e a Romaria passaram a ser preocupação da diocese que surgia, porque esse movimento religioso sempre foi um importante instrumento de evangelização.

No mês de junho de 1972 foi criado o boletim diocesano, “A voz da Diocese”, cujos objetivos eram, e são até hoje, tornar conhecida esta Igreja que quer ser comunhão e participação. No final de 1972, a comunidade recebia a noticia da nomeação do Pe. Nei Paulo Moretto, reitor do Seminário Maior de Viamão, como o novo bispo de Cruz Alta.
 Prepararam tudo para a ordenação do Pe. Nei que pedia para que a celebração  de ordenação episcopal se realizasse na Catedral do Divino Espírito Santo, no dia 28 de janeiro de 1973. No mesmo dia da ordenação tomava posse o primeiro bispo de Cruz Alta, Dom Nei Paulo Moretto, e foi instalada definitivamente a diocese de Cruz Alta.
A solenidade foi presidida pelo Núncio Apostólico do Brasil Dom Humberto Mazzoni, por Dom Vicente  Scherer e por Dom Érico Ferrari. Dom Paulo Moretto foi bispo de Cruz Alta de 28 de janeiro de 1973 até março de 1976. Em Cruz Alta já temos agora o quarto bispo diocesano, já que o primeiro, Dom Walmor Battú Wichrowski, ordenado o bispo em 1958, foi nomeado para Cruz Alta em 1972, mas devido à oposição encontrada, renunciou antes de assumir.
Veio então em 1973, Dom Nei Paulo Moretto, ordenado a 28 de janeiro de 1973, sendo três anos depois transferido para Caxias do Sul. Veio depois, ainda naquele mesmo ano, a nomeação de Dom Jacó Roberto Hilgert, ordenado a 26 de setembro de 1976, ficando até 8 de maio de 2002, quando foi substituído por Dom Frederico Heimler, atual bispo diocesano que assumiu em 16 de junho de 2002


[1] A data de 18 de agosto de 1821 é reverenciada como sendo a data de fundação do povoamento de Cruz Alta ( Divino Espírito Santo da Cruz Alta)
[2] Curato é um termo religioso, derivado de cura, ou padre, que era usado para designar aldeias e povoados com as condições necessárias para se tornar uma freguesia, ou seja, tornar-se o distrito de um município.
[3] As informações cópias ou leituras podem ser feitas na Cúria ( Mitra Diocesana ) de Cruz Alta e algumas informações estão relacionadas nas Atas da Câmara Municipal localizadas no Arquivo Histórico de Cruz Alta.
[5] O termo bula pontifícia refere-se não ao conteúdo e à solenidade de um documento pontifício, como tal, mas à apresentação, à forma externa do documento, a saber, lacrado com pequena bola (em latim, "bulla") de cera ou metal, em geral, chumbo (sub plumbo). Assim, existem Litterae Apostolicae (carta apostólica) em forma ou não de bula e também Constituição Apostólica em forma de bula.( http://pt.wikipedia.org/wiki/Bula_papal)

Nenhum comentário:

Postar um comentário