segunda-feira, 19 de março de 2012

Cemitérios: mais a oferecer do que a morte!

CEMITÉRIO SE TRANSFORMA EM LOCAL DE PASSEIO
27/07/06
O Estado do Paraná
Você acha que ir ao cemitério para passear, fazer um piquenique ou contemplar obras de arte parece algo estranho? Pois não é. Isso já ocorre em diversos países e começa a ganhar adeptos no Brasil também. Esses lugares estão perdendo a conotação de fúnebres e podem se tornar um grande filão de mercado. Prova disso é que cada vez mais pessoas estão voltando sua atenção para o tema.
O professor de Geografia da Universidade Bandeirante de São Paulo (Uniban), Eduardo Rezende, se tornou um especialista no assunto, depois que resolveu estudar a razão pela qual o espaço do cemitério é utilizado para outros fins, que não apenas de enterrar pessoas e visitar as lápides. Vizinho do cemitério paulista da Vila Pompéia - que é considerado um dos maiores da América do Sul e virou tema do seu segundo livro: Metrópole da Morte Necrópole da Vida: um estudo geográfico do Cemitério da Vila Formosa - , Rezende conta que viveu parte da infância e adolescência no local. "Eu passava meu tempo lá, empinando pipa, dirigindo e comendo frutas, já que no local tinha um grande pé de amora", lembra. Mais tarde, ele percebeu que a freqüência de pessoas que utilizam os cemitérios como espaços para a sociabilidade era grande, principalmente no exterior.
Em Boston, nos Estados Unidos, muitas pessoas vão até o local fazer piquenique. Já em Buenos Aires, na Argentina, o cemitério do bairro Recoleta virou ponto turístico com visitas guiadas. Rezende comenta que na Bahia um cemitério particular construiu uma pista de cooper e incentiva as pessoas à prática de esportes em horários determinados. O especialista afirma que isso demonstra que os cemitérios viraram áreas de respiro das cidades.
A relações-públicas e fotógrafa de Curitiba, Clarissa Grassi, defende que os cemitérios são "museus a céu aberto". Clarissa - que está com a exposição de fotos, no Solar do Barão, sobre esculturas do Cemitério Municipal São Francisco de Paula - acredita que esses locais são um filão de mercado, já que arte cemiterial vem crescendo. Ela cita como exemplo o cemitério do Père Lachaise, em Paris, que é o terceiro ponto turístico mais visitado da cidade. "No Brasil isso está começando. O cemitério da Consolação, em São Paulo, já realiza visitas monitoradas às obras", falou. Ela adiantou que pretende desenvolver um projeto para que isso também aconteça em Curitiba.

Quem sabe assim não me animo a lutar mais um pouco heim!

Nenhum comentário:

Postar um comentário