Paixão pela memória. A casa onde nasceu e cresceu Erico Veríssimo.
O
Museu
O sobrado nº 17, que abriga
o Museu Casa Erico Veríssimo, foi construído no final do século XVIII (1883)
pelo construtor Dante de Vitte.
Em 1893, a então casa em
estilo colonial foi vendida ao estancieiro e médico Homeopata Franklin
Veríssimo que presenteou o filho Sebastião Veríssimo por ocasião de seu
casamento com Abegahy Lopes Veríssimo, bem como com uma Pharmácia ao lado da
residência para o exercício da profissão do filho, recem formado na 1ª turma de
Pharmácia de Porto Alegre.
Nas proximidades da
residência o comércio era fluente para a época contando com uma fabrica de
gêneros alimentícios (massas), outra de Fósforos utilitários domésticos e
agrícolas, loja de tecidos e armarinhos,
bancos, clubes o centro governamental da cidade(Prefeitura), Igreja a Estação
Ferroviária dentro outros pontos de Comércio.
No ano de 1968, o imóvel foi
desapropriado pela Prefeitura Municipal
da Cidade de Cruz Alta com a finalidade de instalar o Museu Erico Veríssimo,
sendo inaugurado em 19 de janeiro de 1969. Em 1986, passou a funcionar
também, a Fundação Erico Verissimo (inativa).
Em 1984 foi tombado pelo
IPHAE ( Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande
do Sul). O Museu Erico Verissimo é administrado pela Prefeitura Municipal de
Cruz Alta, sua mantenedora.
O Sobrado em si
A casa está implantada em
esquina, com acesso principal voltado para a Rua General Câmara, fachadas
dotadas de ornamentos em arabescos com adornos em estuque e balcões saltados no
mirante. Completam a composição da fachada frontal e lateral leste, frisos,
balaústras e cimalha em argamassa formando eira e beira.
Destacam-se elementos como o
delicado trabalho feito no portão de ferro, todo forjado com motivos florais
circulares, possivelmente do início do século XIX, apogeu econômico da cidade. Também
há de se destacar os ladrilhos hidráulicos do pátio lateral oeste, ainda
originais da época de construção estes caracterizam-se por serem peças de
desenho executado pela técnica Majólica (pintados a mão livre), com motivos
fitomórficos ou florais.
História
e Museus
Os museus históricos,
segundo Ulpiano Menezes, foram criados com um intuito claro de “acatar,
celebrar e fixar modelos de valores e comportamentos”, por meio da promoção de
determinados personagens que encarnam esses elementos. Essa função atribuída
aos museus históricos se confunde com o papel que se atribuía a História
enquanto ciência: legitimadora de construções sociais, políticas e econômicas,
que apresentava uma verdade pronta e acabada sobre o passado. Era um período em
que os historiadores se ocupavam dos grandes vultos, dos fatos extraordinários,
dos acontecimentos ligados as dinastias, aos governantes, aos grandes nomes.
Só mereciam estudos os aspectos econômicos,
políticos e militares. O cotidiano, a vida e os esforços das pessoas comuns, as
mentalidades e o imaginário, eram aspectos desprezados, vistos como
desimportantes, indignos de estudos e análises. Mulheres, escravos,
trabalhadores, crianças, não eram vistos como atores históricos de fato.
Apesar de ser comum detectar
permanências desse paradigma, a história mudou muito nas últimas décadas.
Diversas gerações de estudiosos tomaram consciência da importância de tais
estudos, e aqueles aspectos antes ostracizados são hoje centrais nos esforços
dos historiadores.
Olhado por este prisma,
nossa instituição se manifesta como um importante documento histórico,
cristalizando materialmente o processo de transição entre a Monarquia e a
República, momento em que a antiga aristocracia rural perde espaço e um novo
segmento, ligado as atividades urbanas, se consolida.
Essa riqueza histórica
impressa no Museu Casa Erico Veríssimo seria inócuo, no entanto, se
representasse a finalidade última dessa instituição. Mais do que ser meramente
a guardiã desse legado, a Casa procura tornar-se intermediária dele com a
sociedade circundante, concorrendo para a formação de uma consciência crítica e
para a discussão, compreensão e ação direta na realidade local.
Projetos como o de
apropriação da memória local, fomento a projetos de pesquisa, ciclos de
palestra e trabalhos voltados a difusão da memória social são o caminho, pois
como disse Antônio Lopes, historiador maranhense: “ontem uma grandeza, hoje uma
ruína: amanhã o que será?”
Nosso trabalho visa, acima
de tudo, proporcionar uma resposta positiva a esse enigma.
Esp. Juliana
Abreu
Historiadora, Gestora em Arquivos
04/03/2015
Prezado professor, sou escritor e recentemente construí um blog para divulgação de alguns textos premiados que escrevi acerca de acontecimentos ocorridos no Brasil Colônia e no Brasil Império. Gostaria de estabelecer uma parceria com troca de links entre nossos blogs.
ResponderExcluirhttps://brasilliteral.wordpress.com/
Juliana.
ResponderExcluirTive o privilégio de conhecer-te e ao Museu que tão bem cuidas. Hoje, ao ler estra matéria sobre o significado dele na cidade, percebi que herdeiro é quem cuida e aprimora o legado. És uma herdeira. Erico Verissimo, tenho certeza, ficaria encantado em conhecer-te.
Um abraço saudoso
Cristina Rosa
Juliana.
ResponderExcluirTive o privilégio de conhecer-te e ao Museu que tão bem cuidas. Hoje, ao ler estra matéria sobre o significado dele na cidade, percebi que herdeiro é quem cuida e aprimora o legado. És uma herdeira. Erico Verissimo, tenho certeza, ficaria encantado em conhecer-te.
Um abraço saudoso
Cristina Rosa
Juliana.
ResponderExcluirTive o privilégio de conhecer-te e ao Museu que tão bem cuidas. Hoje, ao ler estra matéria sobre o significado dele na cidade, percebi que herdeiro é quem cuida e aprimora o legado. És uma herdeira. Erico Verissimo, tenho certeza, ficaria encantado em conhecer-te.
O prazer foi inteiramente reciproco Cristina, és uma pessoa incrível da qual tive a oportunidade de conhecer e com toda certeza quero reencontrar. O Museu e a História e obra de Erico moram em meu coração. Abração.
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