quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Descobertas- Revista de História da Biblioteca Nacional

Confira o que está disponível na Revista de História da Biblioteca Nacional.

Cada um no seu quadrado

Confira os campos de estudo da arqueologia, além de algumas das mais importantes descobertas

2/8/2011
 
  • No mar, na terra ou no espaço, há sempre uma equipe de pesquisadores procurando pistas sobre o nosso passado.  Eles estudam a riqueza de nossa história em materiais de todos os tipos, como lixo, ossos e vestígios de construções. Conheça algumas das diversas modalidades da Arqueologia:
    Bíblica
    Seu objetivo inicial era comprovar os relatos da Bíblia por meio de restos materiais. Mas hoje ela estuda os vestígios relacionados à história das religiões judaico-cristãs. A principal região pesquisada é a chamada Terra Santa, no Oriente Médio.
    Industrial
    Realizados a partir das evidências encontradas em fábricas, manufaturas e meios artesanais, os estudos nessa área analisam as transformações sociais, culturais e econômicas ligadas à produção.
    Pré-histórica ou proto-histórica
    Envolve os aspectos materiais de populações que não deixaram textos escritos. No caso do Brasil, a pré-história engloba o período anterior à chegada de Cabral.
    Histórica
    Procura pistas nos objetos de sociedades que deixaram registros escritos. Recentemente, porém, a disciplina vem passando por questionamentos sobre o uso de datas fixas para delimitar o que é história ou pré-história.
    Subaquática e náutica
    Dedica-se a estudos nas águas: interiores (rios, lagos, represas), marítimas ou oceânicas. Os pesquisadores, que em geral dominam técnicas de mergulho, têm cuidados especiais para conservar os objetos submersos e trazê-los à superfície, quando isso é necessário.
    Zooarqueologia
    Analisa as interações entre os seres humanos e os animais, inclusive o processo de domesticação e o uso como força motriz ou como alimento. O estudo é feito a partir de ossos, dentes e outros vestígios da fauna.
    Do lixo
    Procura desvendar o comportamento de uma comunidade estudando seus restos. A investigação é centrada em lixos, lixões e aterros sanitários.
    Espacial e de paisagem
    Amplamente influenciadas pela geografia, buscam instrumentos para estudar as populações do passado através da paisagem e do meio ambiente.  Muitas vezes usam tecnologia avançada, como imagens produzidas por satélites.
    Etnoarqueologia
    Com base em grupos contemporâneos, os etnoarqueólogos criam analogias para pensar sobre comportamentos e hábitos por meio de objetos feitos por sociedades que não conhecemos mais.
    De gênero
    Há duas formas de entender esta modalidade. A primeira, ligada aos estudos feministas, analisa os vestígios arqueológicos que possam contribuir com a história das mulheres. A segunda procura descobrir pistas da interação entre os diferentes grupos de gênero e de idade identificadas nas escavações.
    Geoarqueologia
    É a interação da geografia com a arqueologia. Através do recolhimento de sedimentos superficiais e da análise do solo, procura-se compreender como a paisagem, a terra e seus componentes se modificaram ao longo do tempo na interação com grupos humanos.
    Pública
    Pretende compartilhar o resultado das pesquisas obtidas nas escavações com diferentes comunidades como os quilombolas, os índios, os trabalhadores de uma fábrica, etc. Dessa interação, surge um conhecimento transformado e trabalhado em conjunto com a população.
    Da arquitetura
    Procurar retirar vestígios em edifícios históricos através de procedimentos de análise pouco destrutivos para identificar materiais, técnicas e procedimentos construtivos e artísticos utilizados no passado. É bastante utilizada em projetos de restauração de prédios tombados e preservados.
    Incríveis descobertas
    Século XVIII
    Pompeia – ITÁLIA
    Encoberta pelas lavas do Vesúvio no ano 79 d.C., a cidade permaneceu intacta até o século XVIII, quando foi descoberta por um agricultor que localizou vestígios de um muro.
    1772

    Moais / Fonte: wikimedia-ccMoais / Fonte: wikimedia-cc
    Moais - Ilha de Páscoa – CHILE
    Estátuas esculpidas em pedra de dois a 20 metros de altura, santuários e vários escritos que exaltavam ancestrais sagrados foram descobertos na costa da ilha pelo holandês Jacob Roggeveen em 5 de abril, um domingo de Páscoa.
    1773
    Palenque – MÉXICO

    Durante uma expedição, soldados e missionários espanhóis reencontraram a cidade maia de Palenque. Até hoje, o santuário, rodeado de vegetação, é cenário de inúmeros achados. Entre as construções destaca-se o Templo das Inscrições, uma pirâmide na qual foram encontrados, em 1952, cerca de 619 hieróglifos.
     



    1799
    Pedra de Roseta – EGITO

    Encontrada por soldados de Napoleão, a estela era um decreto que regulava o culto ao faraó Ptolomeu V (332 a.C.). Foi escrita em três idiomas: grego, demótico e hieróglifos. Esta descoberta foi fundamental para a decifração dos hieróglifos.
    1843
    O Povo de Lagoa Santa – MINAS GERAIS – BRASIL
    O arqueólogo dinamarquês Peter Lund descobriu em uma gruta, na lagoa do Sumidouro, fósseis de animais extintos e restos de 30 humanos de várias idades, comprovando a coexistência desses humanos com animais da Idade do Gelo.
    1868
    Jericó – TERRITÓRIO PALESTINO

    Considerada a cidade mais antiga do mundo, Jericó, que hoje se localiza em um dos territórios palestinos, comemorou no ano passado seus 10 mil anos. Nos relatos bíblicos, é chamada de cidade das palmeiras. As primeiras escavações são de 1868, feitas pelo inglês Charles Warren (1840-1927).
    1873
    Cidade de Troia – COSTA DA TURQUIA
    Depois de anos de escavações na colina de Hissarlik, os arqueólogos Heinrich Schliemann e Wilhelm Dörpfeld encontraram sete camadas da cidade de Troia. Uma delas era a conhecida cidade de Ilion, palco da grande guerra descrita por Homero.
    1895
    Megalitos – AMAPÁ - BRASIL

    O zoólogo suíço Emílio Goeldi (1859-1917) e o tenente-coronel Aureliano Pinto de Lima Guedes (1848-1912) organizaram uma expedição ao Amapá, onde encontraram o fascinante sítio arqueológico com megalitos e peças variadas de cerâmica

    Machu Picchu / Fonte: wikimedia-ccMachu Picchu / Fonte: wikimedia-cc
    1911
    Machu Picchu - PERU

    O mês de julho deste ano marcou o centenário da descoberta da cidade sagrada inca de Machu Picchu pelo arqueólogo americano Hiram Bingham. O santuário histórico, localizado no topo de uma montanha, mais de dois mil metros acima do nível do mar, faz parte do Patrimônio Mundial da Unesco desde 1983.
    1912
    Busto de Nefertiti – EGITO/ALEMANHA

    Apesar de ser uma obra inacabada de apenas 50 cm de altura, o famoso busto é razão de brigas constantes entre a Alemanha, onde está hoje, e o Egito, onde foi encontrado. A descoberta, em 1912, foi feita por uma equipe arqueologica da Sociedade Oriental Alemã. Alvo de controvérsias sobre sua autenticidade, ele representaria a esposa do faraó Amenófis IV (mais conhecido como Akhenaton), pai de Tutankamon.
    1922
    Tumba de Tutankâmon
    – EGITO
    O arqueólogo e egiptólogo britânico Howard Carter descobriu a luxuosa tumba, ainda intacta, do jovem faraó que governou o Egito há mais de 3.000 anos e que morreu misteriosamente.
    1947
    Escritos do Mar Morto – ISRAEL
    Nas cavernas do deserto da Judeia, na região do Mar Morto, foram encontrados mais de 900 manuscritos. Feitos em papiros e em pergaminhos, os documentos continham textos bíblicos e apócrifos. Calcula-se que foram escritos entre III a.C. e II d.C.
    1958
    Catal Huyuk – TURQUIA

    Um dos primeiros centros urbanos do mundo, de mais de 9 mil anos atrás, é considerado o principal sítio arqueológico da Turquia. Foi descoberto no fim dos anos 1950 e começou a ser escavado por James Mellaart na década seguinte. Desde 1993, um grupo internacional de arqueólogos, liderado por Ian Hodder, faz escavações e conta as novidades no site oficial do projeto: 
    Anos 1960
    Gobekli Tepe – TURQUIA

    Considerado o local de culto religioso mais antigo do mundo, o sítio arqueológico de Gobekli Tepe (que, em turco, significa morro com barriga) é do início do período neolítico. Ele foi descoberto nos anos 1960, mas só foi estudado profundamente na década de 1990, por conta de uma parceria entre arqueólogos turcos e alemães.
    1970
    Sweet Track – INGLATERRA

    Um importante exemplo de engenharia do período neolítico é a Sweet Track, uma das mais antigas estradas conhecidas, que foi construída por volta de 3800 a.C. Os principais componentes da estrada são cinzas, cal e tábuas de carvalho. A maior parte dela continua em seu local de origem, embora algumas partes estejam expostas em espaços como o British Museum.
    1973
    Serra da Capivara – PIAUÍ - BRASIL
    O Parque Nacional da Capivara, criado em 1979, concentra o maior número de pinturas rupestres do mundo. A região tem mais de mil sítios arqueológicos. A primeira missão de investigação, em 1973, teve a participação da arqueóloga Niède Guidon, que até hoje trabalha no local.
    1974
    Guerreiros de Xi’an – CHINA
    Foi por acaso que agricultores encontraram um exército inteiro de 8.000 soldados feitos de terracota. Os Guerreiros de Xi’an estavam em funerárias construídas no governo do primeiro imperador da China, Qin Shi Huang (246-221 a.C.).
    1977/2010
    El Zotz - GUATEMALA
    Na região florestal de Péten, El Zotz é a maior metrópole maia descoberta até o momento. Foi encontrada em 1977 por Marco Antonio Bailey. No ano passado, uma equipe de arqueólogos descobriu uma câmara mortuária sob a pirâmide El Diablo, a maior do templo.
    1986
    Yonaguni – JAPÃO
    Mergulhadores encontraram uma imensa estrutura em forma de pirâmide. A descoberta data de aproximadamente 8000 a.C., e ainda não se sabe se ela é uma obra-prima da engenharia da época ou um acaso da natureza.
    1987
    A catacumba de Minas Gerais – BRASIL

    Uma ossada infantil envolvida em tecido foi encontrada na Gruta do Gentio, na cidade de Unaí. Devido às condições climáticas, conservou-se embalsamada, e na época foi apontada como a mais antiga múmia brasileira, com cerca de 3.500 anos.
    1995
    Baía de Saint-Malo – FRANÇA

    A cidade francesa de Saint-Malo, às margens do Canal da Macha, é uma das mais ricas em história náutica e arqueologia subaquática. Em 1995, dois grandes navios corsários foram descobertos. Anos de escavações sob o mar revelaram as embarcações La Dauphine e L’Amaible Grenot, ambas naufragadas no século XVIII.

    Reconstituição do rosto de Luzia / Fonte: wikimedia-ccReconstituição do rosto de Luzia / Fonte: wikimedia-cc
    1998
    Luzia – MINAS GERAIS – BRASIL

    O biólogo e antropólogo brasileiro Walter Neves analisou um crânio encontrado na região e concluiu que é o mais antigo do continente americano, com mais de 11.500 anos. O material integra a coleção única de 75 crânios depositados no Museu de Copenhague, na Dinamarca, coletados por Peter Lund em Lagoa Santa no século XIX.
    2004
    Mazagão Velho – AMAPÁ – BRASIL
    O último baluarte lusitano no Marrocos havia sido invadido pelos mouros em 1769. Sem saída, o rei português D. José I ordena a transferência da cidade inteira, que tem como destino final a província do Grão Pará.  Só em 2004 pesquisadores da UFPE iniciaram o trabalho de escavação dos resquícios da cidade transferida há mais de 200 anos.
    2008
    Pinturas a óleo – AFEGANISTÃO

    As pinturas a óleo mais antigas do mundo estão em cavernas afegãs. A equipe formada por arqueólogos japoneses, americanos e suíços que as encontrou afirma que datam do século VII d.C, ou seja, centenas de anos antes do início da pintura a óleo na Europa. Elas mostram cenas de seres míticos e figuras de Buda trajando vestes vermelhas.
    2010
    Pinturas rupestres – SOMÁLIA
    Guerras e secas fizeram da Somália um país quase sem investigação arqueológica. No entanto, no ano passado, pinturas de animais, que devem ter sido feitas há mais de 4.000 anos, foram descobertas pela University College London.
    2011
    As novas pirâmides – EGITO
    Este ano, imagens em infravermelho captadas por satélites detectaram a existência de 17 pirâmides enterradas no Egito. A equipe de arqueólogos liderada por Sarah Parcak já encontrou duas delas por meio de escavações.
    2011
    Embarcação do Faraó – EGITO

    No mês de julho, arqueólogos egípcios e japoneses começaram a desenterrar um barco encontrado aos pés da pirâmide de Gizé, no Egito. Com idade aproximada de 4,5 mil anos, ele serviria para transportar a alma do faraó Quéops em viagens para acompanhar o deus-Sol Amon-Rá. Após um longo trabalho de remontagem, ele se juntará a outra embarcação, encontrada em 1917, como uma das maiores descobertas arqueológicas do Egito.
    2011
    Submarino alemão – SANTA CATARINA - BRASIL
    Foram encontrados em julho os restos do primeiro dentre 11 submarinos alemães afundados em nossa costa durante a 2ª guerra mundial. O U513, que chegou a afundar um navio mercante brasileiro, foi localizado por uma equipe de pesquisadores e arqueólogos subquáticos da Univali e do Instituto Kat Schurmann. Os trabalhos de busca foram filmados e farão parte de um documentário.
    2011
    Jesuítas – PARANÁ - BRASIL

    Depois de anos de busca, historiadores anunciaram a descoberta do sítio arqueológico da Missão Jesuítica San Joseph, fundada em 1625 na cidade de Cambé, no Paraná. O anúncio foi feito pela arqueóloga Cláudia Inês Parellada, do Museu Paranaense, e é de grande importância para o estudo das reduções jesuíticas no Brasil. A Missão San Joseph foi provavelmente destruída pelos bandeirantes em 1631.
    2011
    Erotismo na pré-história – ALEMANHA

    Arqueólogos encontraram, pela primeira vez, imagens de mulheres nuas em cavernas da Idade da Pedra na Alemanha. Para os pesquisadores envolvidos, as gravuras foram utilizadas em rituais de fertilidade há mais de 12 mil anos.
    2011
    Santo Filipe - TURQUIA

    Depois de anos de procura, arqueólogos acreditam ter achado a tumba – ainda não aberta - de São Filipe, um dos doze apóstolos de Jesus, em Pamukkale, no sudoeste da Turquia. Encontrada embaixo de escombros de uma Igreja, a descoberta, de acordo com os especialistas, é de grande importância para o mundo cristão e a arqueologia.
    2011
    Gatos olmecas - MÉXICO

    Uma pedra da cultura olmeca com relevo de três gatos foi descoberta por pesquisadores do Instituto Nacional de Antropologia e História do México. O artefato possui mais de uma tonelada e data de, aproximadamente, 2,8 mil anos.
    2011
    Afro-descendentes – ESTADOS UNIDOS

    Nan Rothschild, arqueóloga da Universidade de Columbia (EUA), encontrou vestígios de uma comunidade de afro-americanos construída no século XIX no coração de Nova Iorque. Há indícios de que o local foi desapropriado para dar lugar ao Central Park, o maior parque de Manhatan.

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