segunda-feira, 27 de maio de 2013

Anjo, seu nome é Augusto

A morte de Augusto dos Anjos nos periódicos, em 1914.


Tendo morrido em 1914, de uma pneumonia, Augusto dos Anjos recebeu homenagens em Leopoldina, Paraíba e Rio de Janeiro, que foram registradas em jornais da época como O Paiz, o Correio da Manhã e o Imparcial, periódicos que circularam no Rio de Janeiro durante muitos anos e que registraram não apenas a presença do poeta naquela cidade, assim como sua obra.
Correio da Manhã, Rio de Janeiro de janeiro, 13 de novembro de 1914, p. 03
O Paiz, Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 1914, p. 04
Sobre a morte de Augusto dos Anjos, escreveu o "Imparcial", de 14 de novembro de 1914, p. 02:


"As letras brasileiras perderam ante-ontem um dos poetas novos que mais a dignificavam, pela sua originalidade, pela sua sinceridade e pela sua cultura: Augusto dos Anjos. Espírito votado, todo inteiro ao culto da ideia e da rima, que tratava como objetos da sua religião, Augusto dos Anjos era, talvez, o poeta mais perfeito, mais completo, da sua geração, no Brasil; Inimigo da "reclame", odiando o elogio mutuo tecia em silêncio a trama de seu verso, qual se cumprisse, nesse trabalho, como aranha do pensamento, seu verdadeiro destino na terra. Daí não ter seu nome soprado constantemente nas folhas, entre adjetivos mentirosos e retumbantes; daí não andar de roldão entre as nossas celebridades da Avenida, que tem a imortalidade dos cogumelos; mas daí também ter morrido com a consciência do seu valor e da impericibilidade do seu esforço na vida"

Jornais da região, como o Pharol, de Juiz de Fora, chegaram a publicar poesias de Augusto dos Anjos, anos depois de sua morte.
O Pharol, Juiz de Fora, 01 de maio de 1915, p. 02
O Pharol, Juiz de Fora, 20 de maio de 1915, p. 02
Logo após sua morte vieram as primeiras manifestações de pesar e o reconhecimento do seu valor para a poesia brasileira. Anos mais tarde, não esquecido, encontramos textos extensos que analisam sua poesia, poesia essa que é publicada em revistas e jornais. 

FONTES:

Correio da Manhã, Rio de Janeiro de janeiro, 13 de novembro de 1914, p. 03
O Paiz, Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 1914, p. 04
O Pharol, Juiz de Fora, 01 de maio de 1915, p. 02
O Pharol, Juiz de Fora, 20 de maio de 1915, p. 02

A poesia chegou antes do poeta: Augusto dos Anjos

Augusto dos Anjos esteve em Leopoldina por um breve período. Aqui, em Leopoldina,  ele foi nomeado em 1914, Diretor do Grupo Escolar Ribeiro Junqueira, por indicação de José Monteiro Ribeiro Junqueira. Naquele mesmo ano Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos morre em Leopoldina, devido a uma pneumonia,  no dia 12 de novembro de 1914.

O interessante é que , cinco anos antes de vir para Leopoldina, Augusto dos Anjos já era conhecido aqui, pela sua poesia. No dia 18 de julho de 1909 a Gazeta de Leopoldina, periódico de propriedade de José Monteiro Ribeiro Junqueira publicou uma de suas mais conhecidas poesias, "Versos Íntimos".


Gazeta de Leopoldina, Leopoldina, 18 de julho de 1909. p. 01.


Antes de se fixar em Leopoldina, Augusto mudou-se para o Rio de Janeiro, em 1910. sua chegada chegou a ser noticiada nos jornais, uma vez que, além de advogado, pertencia a uma família influente na Paraíba. No entanto, atua muito mais como professor do que como advogado, o que pode ser comprovado, também, nos periódicos da Capital Federal, como "O Paiz", onde ele colocou anúncios diários oferecendo seus conhecimentos para ministrar aulas particulares em sua casa.


O Paiz, Rio de Janeiro, 06 de janeiro de 1911, p. 08


No jornal, o Imparcial, aparece o anúncio do Colégio Sagrado Coração de Jesus. Nele há um Dr. Augusto dos Anjos, professor. Em 1914 seu nome não aparece mais, o que sugere que Augusto dos Anjos talvez tenha lecionado também naquela escola. conforme pode ser observado no recorte abaixo:


O Imparcial, Rio de Janeiro, 07 de dezembro de 1914, p. 15.
Segundo referências bibliográficas do autor, disponíveis na internet, Augusto foi  nomeado professor de Geografia, no Colégio Pedro II, em 1911. No entanto, a frequência com que os anúncios de aulas particulares aparecem no jornal é um indicador da necessidade do poeta de prover sua casa com um salário além daquele que recebe por suas aulas. O Augusto professor sofre já naquela  época com os baixos salários oferecidos pelo magistério. 

FONTES: 

Augusto dos Anjos - Poeta brasileiro. Disponível em: www.e-biografias.net/augusto_anjos/, acesso em 11/01/2013.


Gazeta de Leopoldina, Leopoldina, 18 de julho de 1909. p. 01.
O Imparcial, Rio de Janeiro, 07 de dezembro de 1914, p. 15.
O Paiz, Rio de Janeiro, 06 de janeiro de 1911, p. 08

Um comentário:

  1. Lembrança digna de aplausos! Augusto dos Anjos merece maior divulgação pela qualidade e riqueza de seu legado. Unir Ciência e lirismo com propriedade e criatividade foi sua marca indelével. Parabéns! Carlos Roberto da Costa Leite / Coordenador do Setor de Imprensa do MUSECOM.

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