domingo, 1 de maio de 2011

As Catacumbas de Paris: Underground




As Catacumbas de Paris, Um Ossuário, utilizando um espaço prestes a ruir solucionando dois problemas, o sanitário, escesso de corpos de defuntos contaminados na superfície podendo certamente contaminar os vivos e a estrutura de uma pedreira subterrânea desestabilizada,  erroneamente chamado de Catacumbas, esse  Ossuario abriga os ossos dos cemitérios que estavam "superlotados", e que foram transportados para as galerias subterrâneas de de Paris. O ossuario é a unica parte aberta ao publico e representa somente 8% de todas essas galerias, que se estendem por 300 km embaixo da cidade-luz.

Mas então, o que aconteceu com os 92% restantes de galerias?
Elas ainda estão là, e são oficialmente fechadas para acesso do publico.

Mas so oficialmente .... =)
 Veja então o relato da Lora, de como se pode visitar esse complexo eixo de túneis, repletos de histórias e ação, não estou com este post incentivando atitudes como a da Lora e seus amigos que correram um risco danado, mas com isto mostrando um lado das Catacumbas de Paris, claro também há as festas insanas os sumiços, e bom muiiito mais, rituais satânicos e missas negras chegam a ser piada nesse lugar. Enfim a polícia Francesa leva isso a sério, então faça o circuito cultural oficial e legal, ou senão esse post é só curiosidade, hehehehhee.

Lora direto da França
Na realidade o que ocorre é que as galerias subterrâneas de Paris são hoje um mundo paralelo. Todos os dias centenas de pessoas se deslocam ate um local em Paris (que nao vou divulgar no blog, senao fica muito facil) onde existe uma entrada escondida que dà acesso aos corredores à 30 metros abaixo do nivel do solo. Deixando bem claro que as galerias estao bem abaixo do nível de metros e esgotos. Nao tem agua suja la. Na verdade nao tem nada, nem animais, so silencio ... e os outros visitantes, é claro, os quais sao chamados cataphiles ("amantes das catacumbas") .
Um amigo, Thibaut, foi quem descobriu a entrada. Depois ele e o Erwan acharam um mapa e desceram a primeira vez. E disseram que era preciso ir de botas cano beeem alto. Eu os deixei descerem 2 vezes antes de criar coragem mas fui.
Decidimos ir numa sexta-feira à noite (chama menos atençao), pelas 21 horas. A entrada fica dentro de um antigo túnel de trem abandonado em Paris, temos que andar uns 15 min no túnel, ate chegar ao local. So chegando la é que podemos nos "vestir" apropriadamente: botas de borracha, sacos plasticos, lâmpadas de cabeça. A entrada é um buraco (esse da foto) por onde entramos abaixados, e temos que andar assim por um tempo ate chegar nas galerias. Depois o objetivo é andar pelos corredores labirínticos, e tentar se referenciar à partir dos mapas que descrevem as catacumbas, mas que nem sempre sao muito precisos. As vezes andamos muitos metros de corredores para chegar em uma espécie de "sala", um espaço que permite que a gente se sente e descanse da caminhada. A maior parte dessas salas sao "temáticas": os cataphiles fazem esculturas em calcario, colocam flores, lanternas, fazem pinturas...

Ao contrario do que muitos pensam (por causa do nome que foi adotado), essas galerias nao tem nada a ver com catacumbas: fora o ossuario, nao existem pessoas mortas ou corpos em decomposição, ou sujeira e agua podre. As galerias sao carreiras escavadas no calcário, e a agua, limpa, vem de leitos subterrâneos. A temperatura é sempre a mesma, nao importa se fora faz frio ou calor. Quando fui no verao no Ossuario, fazia 40° fora e 15° dentro. Nessa vez que descemos nas catacumbas, fazia 5° fora e 15° dentro.
Nao tem cheiro ruim, nem barulho, nem luz.. Um momento em que estávamos nos repousando em uma das salas, resolvemos apagar as luzes e ficar em silêncio... Nao da pra descrever a sensação de imaginar que estávamos à 30 metros abaixo da superfície, no meio de um labirinto de pedra, no silencio e escuridão absolutos. Todas as pequenas preocupações da vida quotidiana ficam tao longe.. Ali eu entendi porque os eremitas se refugiam em cavernas para meditar.

Efetivamente, nao é de hoje que muitos vem fazer passeios solitários pelas catacumbas. Mesmo os nobres parisienses, de 1700, ja desciam para fazer visitas aos corredores. Mas o fato mais conhecido da comunidade catafilica é sem duvida a historia de Philibert Aspairt. Ele era porteiro do hospital Val de Grace, no ano de 1793. Esse hospital tinha uma escada que descia às galerias, e Philibert decidiu explorar sozinho as catacumbas, sem dizer nada ninguém, e nunca mais foi visto. 11 anos mais tarde, um grupo que fazia uma ronda das galerias descobriu um corpo completamente decomposto. Somente as chaves do hospital Val de Grace permitiram identificar Philibert. Provavelmente suas velas devem ter acabado, e no escuro absoluto, tateando as paredes para tentar encontrar a saida, andando em circulos, ele agonizou talvez por dias, ate definhar por fim, à somente algumas dezenas de metros de uma saida... (fonte). Sua tumba foi construida no local onde o corpo foi encontrado.

Hei! Mas nem tudo é macabro nas catacumbas! E é claro que hoje em dia descemos com lâmpadas à pilha (e um estoque de pilhas é claro) e algumas velas, para fazer o clima :)

Bom, na nossa descida, que foi menos sinistra do que a do pobre Philibert, depois de andar por umas 3 horas, decidimos para na sala chamada Praia, por que encontramos areia no chão. Os cataphiles fizeram uma pintura simpatica em uma das paredes, e com a iluminação das velas, o lugar ficou ate agradavel. Resolvemos comer alguma coisa, e atacar umas cervejas, claro que sem deixar nada pra tras na saida.

Era 1 h da manha quando decidimos partir. A caminhada de volta ao buraco de entrada leva mais ou menos uma hora, e cruzamos diversos cataphiles que estavam recém chegando para começar a noite nos subterrâneos.
Muitos dormem por la mesmo, alguns devem passar um fim de semana inteiro, quem sabe? é uma verdadeira comunidade, e as catacumbas sao seu mundo à parte, é como o "negativo" de Paris, a cidade-luz ao contrario. é a Paris, cidade-escuridão.

POis é Lora, não tenho dúvida de que pode ser muito legal "acampar nas catacumbas", mas não podemos esquecer que sozinho nunca, sem lâmpadas e suprimentos jamis, e várias visitas é melhor que morar lá, se é que me entende, tenho certeza que  Philibert Aspairt entenderia.
 Mais umas observação, vcs podem não ter deixado lixo pra trás mas as galerias ficam tão contaminadas com a presença dos vivos quanto com a presença das ossadas.

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